'Me orgulho de nunca ter entregado ninguém', diz ex-companheira de cela de Dilma
FONTE:
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-03-30/50-anos-do-golpe-me-orgulho-de-nunca-ter-entregado-ninguem-diz-ex-companheira-de-cela-de-dilma.html
Sônia Hypólito brinca que era chamada de 'urso gordo' e guarda até hoje bilhete que recebeu da presidente ao deixar o presídio. Para ela, luta armada foi a única forma de resistir
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Sônia é uma das “donzelas da torre”, apelido do grupo de mulheres que passou pelo prédio mais alto, bem no centro do Presídio Tiradentes. Da “torre”, propriamente dita, restou apenas o arco de entrada na Avenida Tiradentes, esquina com a Praça Coronel Fernando Prestes em São Paulo. No final de 1972, todo presídio foi demolido em função das obras do Metrô.
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“Havia uma gritaria geral. Os policiais repetiam: o chefão vai chegar, o chefão vai chegar. Eu vi, por uma ou duas vezes, um homem, de terno e gravata, que entrava nas celas, fazia perguntas, falava com os torturadores. Estava na cara que era um civil dando ordens aos miliares”.
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A identificação só ocorreu depois que Sônia saiu da prisão, em liberdade condicional, e voltou para a casa dos pais. “Meu pai era diretor de uma indústria e trazia muitas revistas empresariais para casa. Um dia ele trouxe uma revista chamada Banas, que não existe mais. Foto de capa: Henning Albert Boilesen. Passei essa informação para a organização, localizamos a casa e daí foi feito o “justiçamento” dele”.
Luta armada
Para Sônia, seu maior orgulho foi não ter nunca entregado nenhum dos companheiros, apesar das torturas que sofreu na prisão. “Me orgulho de nunca ter entregado um companheiro”, diz. Para ela, a luta armada não foi um erro. Era uma tática necessária em um momento em que não havia outras armas.
“O que nós fizemos foi importantíssimo, tinha que ser feito. Foi uma forma de mostrar que tinha gente disposta a lutar contra eles, que tinha gente que não ia baixar a cabeça frente a eles. Não tinha outro jeito de fazer. Não tinha rádio, não tinha televisão, não podia panfletar, não podia nada, o Congresso estava fechado. Só nos restava partir para a luta”, destacou.
“A gente errou em algumas coisas, mas acho que, em respeito a todos os companheiros assassinados, sob tortura, sob as formas mais cruéis de violência, nós temos que valorizar nossa luta. Nós contribuímos um pouquinho para a derrota da ditadura porque eu acho que a gente deixou sementes, a gente mostrou quer era possível. Depois outras formas de lutar apareceram, mas eu acho que nossa coragem, nosso desprendimento, nossa dedicação valeram”, ressaltou.
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